ATITUDES E SINAIS QUE MARCAM QUEM VERDADEIRAMENTE É DE CRISTO (Gl 6.15-17)

É de Cristo, cristão, portanto, todo aquele que aceitou a Cristo e que foi alcançado por Ele. Mas o que isso significa? Aceitando-O como Senhor e Salvador, tornou-se discípulo dEle. E como tal  precisa estar atento para o caminho que deve andar. Mas não pode ser um caminho qualquer. Em Cristo não há atalhos, não há veredas e outros caminhos. Há um só, uma vez que Ele é “o caminho, a verdade e a vida” (Jo 14.4-6). Em Cristo não basta dizer-se cristão, é preciso ser cristão. Não bastar falar, portanto, é preciso postar-se como cristão.
I – IDENTIFICANDO DISCÍPULOS DE JESUS
Segundo o próprio Senhor são Seus discípulos aqueles que são libertos por Sua Palavra e permanecem fiéis à ela (cf. Jo 8. 31,32: “Se vós permanecerdes na minha palavra, sereis verdadeiramente meus discípulos e conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”).
O apóstolo Paulo, assim como Jesus, usa de muitas alegorias para revelar o que nós devemos ser enquanto discípulos:
1) Aqueles que exalam a boa fragrância do Conhecimento do Senhor, sendo o bom perfume de Cristo, com cheiro de morte para morte para os que se perdem, mas cheiro de vida para a vida para os que se salvam. (cf. 2 Co 2.14-16).
2) Aqueles que não precisam de cartas de recomendação, pois a si mesmos são como Cartas, escritas não com tinta, mas pelo Espírito do Deus vivente, não em tábuas de pedra, mas em tábuas de carne, isto é, nos corações (cf. 2 Co 3.1-3)
3) Aqueles que não são auto-suficientes, mas cuja suficiência vem de Deus, O qual nos habilitou para sermos ministros de uma nova aliança, não de letra, mas do espírito; porque a letra mata, mas o espírito vivifica (cf. 2 Co 3.5,6)
4) Aqueles que são sal da terra. Jesus alerta que o sal precisa exercer sua função que é a de dar sabor e sentido à vida e as pessoas em seu entorno, pois se o sal vier a ser insípido, como lhe restaurar o sabor? Neste caso nada mais presta senão para ser lançado fora e ser pisado pelos homens (cf. Mt 5.13).
5) Aqueles que são luz do mundo.Jesus alerta que a luz precisa exercer sua função que é a de iluminar os ambientes, a vida e as pessoas em seu entorno, porquanto não se pode esconder uma cidade construída sobre um monte. E também ninguém esconde uma candeia (pequeno e antigo aparelho de iluminação) e a coloca debaixo de uma vasilha. Ao contrário, coloca-a em um lugar apropriado e assim ilumina a todos os que estão na casa. E mais ensina Jesus: “Assim brilhe a luz de vocês diante dos homens, para que vejam as suas boas obras e glorifiquem ao Pai de vocês que está nos céus” (cf. Mt 5. 14-16)..
6) Aqueles que são como que um espelho que reflete a glória de Deus (cf. 2 Co 3.18).
7) Aqueles que são embaixadores em nome de Cristo, como se Deus estivesse fazendo o Seu apelo por nosso intermédio. Por amor a Deus lhes suplicamos: Reconciliem-se com Deus. Aquele que não conheceu pecado, Ele o fez pecado por nós; para que, nEle, fossemos feitos justiça de Deus (cf. 2 Co 5.20,21).
8) Aqueles que se sentem crucificados com Cristo e que já não vivem mais por si mesmos, mas permitem que Cristo viva neles, não anulando a graça de Deus (cf. Gl 2.19-21).
9) Aqueles que trazem no corpo as marcas de Jesus. Na formação da igreja cristã havia uma preocupação quanto a circuncisão para os homens, ser ou não obrigatória como sustentavam muitos. Mas eis que Paulo alerta em Gl 6. 14-17 que o mundo estava crucificado para ele e ele para o mundo, pois nem a circuncisão é coisa alguma, nem a incircuncisão, mas o ser nova criatura; e que ninguém o molestasse, pois ele trazia no corpo as marcas de Jesus.
II – O DISCÍPULO DE CRISTO É ALGUÉM QUE SE APRESENTA POR SUAS MARCAS
É cristão, verdadeiramente, mais por atitudes do que por palavras, quem tem as marcas (o DNA) de Jesus Cristo:
PRIMEIRA MARCA: A humildade e mansidão (“Tomai sobre vós o meu jugo e aprendei de mim, porque sou manso e humilde de coração; e achareis descanso para a vossa alma” Mt 11.29).
SEGUNDA MARCA: A liberdade espiritual que atinge aquele que tem maturidade para compreender a dimensão da verdade que liberta (“Se o filho do Homem vos libertar verdadeiramente sereis livres”, Jo 8.36). E aí, então, conhece a verdade e exala a fragrância do Conhecimento do Senhor, o bom perfume de Cristo.E mais: Antes, nas trevas, era escravo do pecado, agora, liberto por Cristo, o cristão se oferece para servir, pois sabe da importância da "liderança servil" de Cristo: "...o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir..." (Mt 20.28b). E ensina, ainda, Jesus, dirigindo-se aos  discípulos: "... o maior entre vós seja como o menor; e aquele que dirije seja como o que serve" (Lc 22.26)
TERCEIRA MARCA: A sensibilidade de quem se deixa conduzir pelo Espírito Santo, que não precisa de carta de recomendação, pois ele mesmo é a própria carta de Cristo.
QUARTA MARCA: A dependência completa de Cristo que o torna ministro da nova aliança em Cristo, vivendo pela graça, pela fé, não pela força da lei; movido pelo amor, uma vez que sabe que Deus é amor, e que "o amor não pratica o mal contra o próximo, de sorte que o cumprimento da lei é o amor (cf. Rm 13.10).
QUINTA MARCA: A certeza de que “para com Deus não há acepção de pessoas”, logo não pode nem deve discriminar alguém, por nada ou coisa alguma (cf. Rm 2.11).
SEXTA MARCA: A influência positiva e abençoadora que causa nas pessoas em sua volta, pois é sal que dá o sabor e luz que ilumina o ambiente em seu entorno. Por isso é embaixador de Cristo o discípulo que representa o Rei e que deve envidar todos os esforços diplomáticos para aumentar o Seu Reino, fazendo com que os homens e todas as mulheres de todas as nações, tribos e raças se reconciliem com Ele.
SÉTIMA MARCA: A imagem que é vista, por todos, deve ser a de Cristo, que apresenta as seis marcas anteriores e que torna o discípulo espelho de Cristo; assim,  não mais ele, mas o Senhor é refletido no espelho, pois está crucificado nEle, não mais fazendo segundo sua vontade, mas a vontade de Deus, em Cristo Jesus, o Senhor, por isso deixa-se guiar pelo Espírito Santo. Disso tudo resulta que suas atitudes surpreendem positivamente a todos, porquanto revela-se com ações humildes, sensatas e sábias, assim como em Cristo, ele procura agir com mansidão, domínio próprio, tolerância, generosidade, presteza em servir e solidariedade para com outros que o cercam.
Eis aí, em síntese, as marcas do verdadeiro cristão. Nele não há lugar - marcas ou traços - de arrogância, ares de superioridade, intolerância, ingratidão, falsidade, animosidade, inveja, ciúmes, ou quaisquer outros sentimentos que desagregam, excluem e discriminam pessoas ou grupos.
Os sentimentos, as ações e as atitudes de quem é verdadeiramente cristão são e serão sempre motivadas pelo Pai que é Amor, pelo Filho que é Graça e pelo Espírito Santo que é Consolo e conduz todos à Comunhão, e a atos de inclusão, sempre; jamais de exclusão.
Minha oração final, ao Deus Eterno e Senhor Todo-Poderoso, é esta: Depois de meditar nesta reflexão que você, caso se sinta, ainda, que é verdadeiramente um cristão ou uma cristã,  possa expressar-se como o apóstolo Paulo: “logo, já não sou quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim” (Gl 2.20). (Reflexão com base em sermão proferido na Comunidade, por este pastor, no culto de domingo 12/09/2010)

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