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Mostrando postagens de 2007

GRAÇA RECEBIDA ... GRAÇA LIBERADA!

Quando lemos Lucas 19.1-10, o tão conhecido encontro de Jesus com Zaqueu, e a nossa leitura bíblica se dá “com os olhos da graça” (v. a publicação de Caio Fábio, neste blog), identificamos algo extraordinário: graça recebo, graça preciso liberar. Durante anos e anos, muitas foram as pregações e as reflexões que ouvi e mesmo as preparadas por mim em que, praticamente, apenas um foco era interpretado, a partir desse episódio. Falava-se da pequena estatura de Zaqueu, o chefe dos publicanos de Jericó. Falava-se sobre seu extraordinário exemplo em superar seus limites e até sobre sua grande visão em querer encontrar-se com Jesus, embora com tantos obstáculos. Enfim, já ouvi e até li coisas muito boas e edificantes sobre Zaqueu e o exemplo que ele nos legou. Mas hoje, certamente que o texto é o mesmo, mas com os olhos da graça, a hermenêutica é diferente. Vejamos alguns pontos que destaco à titulo de introdução:1) Zaqueu demonstrou interesse por Jesus. 2) Mas havia um obstáculo, a multidão

RELIGIÃO NÃO! ESPIRITUALIDADE SIM! (Pr. Caio Fábio)

Em Jerusalém um amigo judeu de muitos anos, que já foi meu guia, mas que se tornou amigo mesmo [ele meu e eu dele], me disse que pastores brasileiros chegam lá, e, uma vez indagados por mim, dizem, entre outras coisas, que eu deixei a “religião cristã”. Meu amigo judeu então lhes diz: “Mas ele nunca acreditou em religião. Ele apenas sempre creu em espiritualidade, não em religião. E a espiritualidade na qual ele crê não é a dos cristãos, mas sim a de Jesus”. (...) De fato, meu amigo está certo. Sou discípulo da espiritualidade de Jesus e de nada mais. Não sou discípulo da espiritualidade de Paulo e nem de nenhum dos apóstolos, mas sim de Jesus, única e exclusivamente de Jesus. É a partir de Jesus que vejo o que é e o que não é sadio até na espiritualidade dos apóstolos. Espiritualidade, conforme já tenho dito em muitos livros e textos meus, é aquilo que perpassa a vida, de modo integral, como espírito que qualifica todas as percepções, interpretações, atitudes, e decisões de uma pesso

BATALHA ESPIRITUAL E QUEBRA DE MALDIÇÕES HEREDITÁRIAS!

Muitos já são os anos em que difundiram no país as práticas de um movimento que se fundamenta em Batalha Espiritual. São as denominações evangélicas pentecostais, mas principalmente, as neopentecostais, as maiores adeptas de mais esse modismo, que consciente ou inconscientemente, busca anular a obra redentora de Cristo. Uma coisa é a presença opressora e a possessão demoníaca, que deve ser repreendida e expulsa, em nome de Jesus. Outra, bem diferente, é a admissão de que, como crentes nEle, precisamos “quebrar maldições”. Embora a obra de Jesus Cristo tenha sido completa, os que atuam nesse “ministério”, insistem em acrescentar algo. Segundo esse movimento herdamos as maldições que acompanharam nossos antepassados, por causa de seus pecados e pactos demoníacos, e, então, precisamos anulá-las. Geralmente é usado Ex 20.5 como o texto a partir do qual tudo se fundamenta: trata-se da declaração de Deus em visitar a maldade dos pais nos filhos até a terceira e quarta geração dos que O abor

MORREMOS QUANDO NOS AFASTAMOS DE DEUS

(Reflita sobre o texto abaixo. Ele foi extraído e adaptado de LUCADO, Max. Nas garras da Graça: você não pode escapar do seu amor. Rio de Janeiro: Ed. CPAD, 2005, p.64-65). Saiba que... Uma flor morta não tem vida. Um corpo morto não tem vida. Uma alma morta não tem vida. Separada de Deus, a alma murcha e morre. A conseqüência do pecado não é um dia ruim ou um mau humor, mas uma alma morta. O sinal de uma alma morta é claro: lábios envenenadores e boca blasfemadora, pés que se encaminham para a violência e olhos que não vêem Deus. Por isso as pessoas são tão profanas! Por isso estão tão separadas de Deus...! Suas almas estão mortas. Agora você compreende por que muitos religiosos podem ser tão opressivos, tão “sem graça”. Eles não têm vida. Agora você entende por que o traficante, os políticos corruptos, o religioso raivoso e insensível, podem dormir à noite, em paz com a consciência. Eles não possuem alma. Simplesmente porque a função do pecado é matar a alma. (veja Rm 6.32). Vejamos

LENDO A BÍBLIA COM OS OLHOS DA GRAÇA por Caio Fábio ( 2 )

A revelação de Deus no período em que a Escritura foi composta deu-se através de um longo processo, e, quem não entende isso não compreende nada. De fato, como disse Paulo, “tudo quanto outrora foi escrito, por nossa causa foi escrito, para que pela paciência e pela consolação das Escrituras, tenhamos esperança”. A leitura bíblica é fundamental quando ela é feita com esses olhos, do contrário, ela se torna algo supersticioso e mecânico. Aliás, o fato da leitura bíblica ter sido considerada “meio de graça” — juntamente com a eucaristia e o batismo — fez com que, para muitos, o livro-Bíblia fosse considerado um ente vivo e mágico, como se carregá-lo e lê-lo, em si mesmos, carregassem uma benção inerente. Ora, na realidade não é assim. Isto porque as Escrituras podem ser examinadas, com toda acuidade e detalhamento, e, ainda assim, nada acontecer no coração de quem lê, posto que a Bíblia só se torna Palavra quando a leitura é feita a partir de Cristo, e quando o coração acompanha a revela

LENDO A BÍBLIA COM OS OLHOS DA GRAÇA por Caio Fábio

Deus não se tornou amor. Ele é amor. Portanto, Deus sempre foi quem Ele é. Sua manifestação aos homens, todavia, é que “cresceu” aos sentidos humanos no curso das eras, posto que embora houvesse aqueles que o conhecessem como Graça (e o A.T. está cheio de Graça), sendo justificados pela fé (Hb 11), a maioria da humanidade, e também do povo escolhido para levar o “testemunho” (Israel), não poderia discernir a Graça de Deus se não fosse encerrado na certeza do pecado, isto conforme Paulo aos Romanos e a epistola aos Hebreus. Assim, a lei foi dada para avultar a culpa e o pecado. No entanto, nunca ninguém foi salvo pela Lei, tendo todos sido salvos exclusivamente pela fé, em qualquer tempo ou em qualquer era. Ele (o Senhor) falou de muitos modos e de muitas maneiras, mas, para sempre, falou por meio do Filho. Portanto, segundo várias cartas de Paulo e segundo a epistola aos Hebreus, todas aquelas coisas anteriores (a Lei e seus cerimoniais), eram apenas uma pedagogia simbólica, e que te

EM JESUS UNEM-SE BONDADE,AMOR, GRAÇA, SEVERIDADE E JUSTIÇA

O episódio descrito em Jo 2.13-16 nos revela algo sobre Jesus Cristo que faz necessária uma análise mais aprofundada, posto que costumeiramente incorre-se em erro sobre a natureza da Sua personalidade. Todos os que tentaram, de alguma forma, criar um estereótipo de Jesus, falharam. Há estereótipos desde "bonzinho" e "pobrezinho", até “coitadinho, morto pregado em uma cruz”. Há os que somente se lembram carregando a cruz, recebendo chicotadas e até bofetadas. Lembram-se, ainda, dEle com todas as Suas atitudes de amor ao curar as enfermidades de muitos, ao levantar os paralíticos, ao recuperar a visão aos cegos, inclusive ao ressuscitar mortos. A partir daí criam um estereótipo falso, esquecendo-se de dois fatores muito importantes e presentes nEle o tempo todo: Severidade, justiça e zelo pelos princípios do Pai e por todas as coisas santas de Deus. Ao lançar mão de cordas para expulsar do templo todos os que ali vendiam, Ele desfez muitos desses estereótipos que Lhe

NÃO DEVEMOS NOS ENVERGONHAR DE NOSSAS FRAQUEZAS

E Ele me disse: A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza. Por isso, de boa vontade antes me gloriarei nas minhas fraquezas, a fim de que repouse sobre mim o poder de Cristo. Pelo que sinto prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias por amor de Cristo. Porque quando estou fraco, então é que sou forte. 2 Co 12.9,10 . Não existe pessoa completa e perfeita, suficiente e totalmente independente. Somos, a despeito de nacionalidade, gênero, idade, raça e credo, pessoas limitadas e, portanto, insuficientes, em nós mesmos. Reconheço que fazer esta afirmativa não é tarefa fácil, uma vez que essa limitação e insuficiência nos são mostradas de modo doloroso, através de um problema, uma dificuldade, uma debilidade ou uma decepção. Preocupamo-nos, por demais, com o que os outros vão pensar, de que forma vão nos avaliar, se como fracos e problemáticos ou sem valor. Geralmente não paramos para pensar que as outras pessoas também f

O SEMPRE E O DE VEZ EM QUANDO

Outro dia alguém pinçou uma de minhas afirmações para afirmar que eu não acredito em milagres. A afirmação que fiz foi que Deus deseja fazer algo em nós, e não necessariamente por nós . De fato, representa muito do meu pensamento: a principal obra de Deus no humano é a conformação do humano à imagem de seu Filho Jesus, que Paulo, apóstolo, chama de “primogênito entre muitos irmãos”. Mais do que fazer coisas boas para o ser humano, Deus está comprometido em transformar o ser humano, ainda que isso custe deixar ou permitir que coisas ruins aconteçam a este ser humano em processo de transformação. Deus não atua no ramo de “conforto para os fiéis”. Deus atua no ramo de transformação do humano à imagem de Jesus Cristo. Daí a extrapolar que eu não acredito em milagres é um pulinho. Confundir a ênfase da minha teologia – “Deus faz em nós, e não necessariamente por nós”, com “Deus nunca faz nada por nós”, é até compreensível. Na verdade, o que pretendo dizer é melhor compreendido quando se dá

LOBOS E PASTORES

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“Lobo com pele de ovelha” nós conhecemos muito bem esta expressão, mas eu gostaria de chamar sua atenção para um outro tipo de lobo que tem surgido na pós-modernidade. É o “lobo com pele de pastor” É muito fácil identificar o lobo com pele de ovelha e muito difícil identificar o lobo com pele de pastor.Gostaria de dar algumas semelhanças e diferenças para que ovelhas e pastores pudessem identificá-los: 1. Pastores querem o bem das ovelhas, Lobos os bens delas. 2. Pastores vivem à sombra da cruz, Lobos sobre holofotes. 3. Pastores têm fraquezas, Lobos muito poder. 4. Pastores ensinam à verdade. Lobos são donos dela. 5. Pastores têm discípulos, Lobos admiradores. 6. Pastores vivem de sustento, Lobos de investimentos. 7. Pastores alimentam as ovelhas, Lobos se alimentam delas. 8. Pastores são humildes, Lobos vaidosos. 9. Pastores dirigem igrejas, Lobos empresas. 10. Pastores são perseguidos, Lobos são processados. 11. Pastores pregam atrás dos púlpitos, Lobos na frente das câm

ESTOU CANSADO!!!:O desabafo do Pastor Ricardo Gondim. (Terceira Parte)

Canso com a falta de beleza artística dos evangélicos. Há pouco compareci a um show de música evangélica só para sair arrasado. A musicalidade era medíocre, a poesia sofrível e, pior, percebia-se o interesse comercial por trás do evento. Quão diferente do dia em que me sentei na Sala São Paulo para ouvir a música que Johann Sebastian Bach (1685-1750) compôs sobre os últimos capítulos do Evangelho de São João. Sob a batuta do maestro, subimos o Gólgota. A sala se encheu de um encanto mágico já nos primeiros acordes; fechei os olhos e me senti em um templo. O maestro era um sacerdote e nós, a platéia, uma assembléia de adoradores. Não consegui conter minhas lágrimas nos movimentos dos violinos, dos oboés e das trompas. Aquela beleza não era deste mundo. Envoltos em mistério, transcendíamos a mecânica da vida e nos transportávamos para onde Deus habita. Minhas lágrimas naquele momento também vinham com pesar pelo distanciamento estético da atual cultura evangélica, contente com tão pouca

QUEM AMA SANGRA

Ele olhou ao redor da montanha e previu uma cena. Três corpos pendurados em três cruzes. Braços estendidos. Cabeças inclinadas para frente. Eles gemiam por causa do vento. Homens fardados estavam sentados no chão, perto dos três. Homens com roupas de religiosos se afastaram para o lado... arrogantes, convencidos. Mulheres envolvidas em sofrimento estão reunidas ao pé da montanha... rostos marcados pelas lágrimas. Todo o céu se levantou para lutar. Toda a natureza se ergueu para o resgate. Toda eternidade posicionou-se para dar proteção. Mas o Criador não deu ordem alguma. "Isso deve ser feito...", disse, e retirou-se. O anjo disse outra vez: "Seria menos doloroso se..." O Criador o interrompeu brandamente: "Mas não seria amor..." (autoria desconhecida)

ESTOU CANSADO!!! : O desabafo do Pastor Ricardo Gondim. (Segunda Parte)

Canso com a repetição enfadonha das teologias sem criatividade nem riqueza poética. Sinto pena dos teólogos que se contentam em reproduzir o que outros escreveram há séculos. Presos às molduras de suas escolas teológicas, não conseguem admitir que haja outros ângulos de leitura das Escrituras. Convivem com uma teologia pronta. Não enxergam sua pobreza porque acreditam que basta aprofundarem um conhecimento "científico" da Bíblia e desvendarão os mistérios de Deus. A aridez fundamentalista exaure as minhas forças. Canso com os estereótipos pentecostais. Como é doloroso observá-los: sem uma visitação nova do Espírito Santo, buscam criar ambientes espirituais com gritos e manifestações emocionais. Não há nada mais desolador que um culto pentecostal com uma coreografia preservada, mas sem vitalidade espiritual. Cansei, inclusive, de ouvir piadas contadas pelos próprios pentecostais sobre os dons espirituais. Cansei de ouvir relatos sobre evangelistas estrangeiros que vêm ao Brasi

ESTOU CANSADO!!!: O desabafo do Pastor Ricardo Gondim (Primeira Parte)

Cansei! Entendo que o mundo evangélico não admite que um pastor confesse o seu cansaço. Conheço as várias passagens da Bíblia que prometem restaurar os trôpegos. Compreendo que o profeta Isaías ensina que Deus restaura as forças do que não tem nenhum vigor. Também estou informado de que Jesus dá alívio para os cansados. Por isso, já me preparo para as censuras dos que se escandalizarem com a minha confissão e me considerarem um derrotista. Contudo, não consigo dissimular: eu me acho exausto. Não, não me afadiguei com Deus ou com minha vocação. Continuo entusiasmado pelo que faço; amo o meu Deus, bem como minha família e amigos. Permaneço esperançoso. Minha fadiga nasce de outras fontes. Canso com o discurso repetitivo e absurdo dos que mercadejam a Palavra de Deus. Já não agüento mais que se usem versículos tirados do Antigo Testamento e que se aplicavam a Israel para vender ilusões aos que lotam as igrejas em busca de alívio. Essa possibilidade mágica de reverter uma realidade cruel m

DECAIR DA GRAÇA

A Carta aos Hebreus nos fala acerca de pessoas que um dia conheceram a Graça, com os poderes do mundo porvir, bem como provaram o perdão dos pecados, recebendo iluminação espiritual e, mesmo assim, DECAÍRAM da Graça. Ora, o que significa este “da graça decaíram”? Decair da Graça é não perseverar na consciência do Evangelho, antes o trocando por falsas seguranças espirituais, baseadas nas obras, no saber, no compreender, nas mecânicas dos ritos e sacrifícios, e em toda sorte de confiança naquilo pelo/ e contra o que Jesus morreu. Decair da Graça é deixar de confiar na suficiência de Jesus e de Sua Cruz quanto a tudo quanto possa ser quanto para o homem. Decair da Graça é escolher outra via, ou tentar aumentar a Graça, ou mesmo diminuí-la a fim de que caiba a porção de nossas seguranças humanas autônomas em relação ao que Jesus Consumou. Decair da Graça é esquecer dos pecados outrora perdoados de graça, e agora buscar encontros de contas com Deus, como se a Graça tivesse apenas dado ao h

É PRECISO VALER A PENA!

Quero que me digam que eu tentei ser direito e caminhar ao lado do próximo. Quero que vocês possam mencionar o dia em que tentei vestir o mendigo, tentei visitar os que estavam na prisão, tentei amar e servir a humanidade. Sim , se quiserem dizer algo, digam que eu fui um arauto: um arauto da justiça, um arauto da paz, um arauto do direito. Todas as outras coisas triviais não têm importância. Não quero deixar nenhuma fortuna. Eu só quero deixar uma vida de dedicação! E isto é tudo o que eu tenho a dizer: Se eu puder ajudar alguém a seguir adiante, Se eu puder animar alguém com uma canção, Se eu puder mostrar a alguém o caminho certo, Se eu puder cumprir o meu dever cristão, Se eu puder levar a salvação para alguém, Se eu puder divulgar a mensagem que o Senhor deixou... ...então a minha vida terá valido a pena! [Martin Luther King Jr.]

O PARADOXO DA GRAÇA

Nenhum de nós vence o pecado. Sim! Ninguém! E esta é a razão de ser da Cruz de Jesus; pois, caso eu pudesse vencer o pecado por mim mesmo, fosse por minha própria força, autocontrole, santidade pessoal, vontade de ferro, e tudo o mais, ainda assim, jamais o venceria para o “lado de dentro”, no meu ser, no meu caminho interior, pois, eu mesmo sou caído, radicalmente caído; e, por tal razão, não há em mim poder algum que seja suficiente para enfrentar o “pecado que habita em mim”; ou seja: em minha própria natureza. Jesus morreu por mim e levou minhas culpas e iniqüidades, pois, de outra sorte, nada que eu fizesse me tornaria capaz de enfrentar o pecado; posto o pecado só é vencido na Cruz; e, em mim, ele só é vencido pelo poder do amor de Deus, que é o fator que me “constrange”; e isso quando penso que Ele se fez pecado por mim, para que eu seja feito, Nele, justiça de Deus e graça de Deus na terra, entre os homens; e, antes disso, para mim mesmo, como justificação, alegria e paz no Es

AS FINANÇAS E A IGREJA DE NOSSOS DIAS (Parte 2)

A causa mais básica dos problemas que têm ocorrido nesta área revela uma interpretação bíblica tendenciosa e uma teologia falha, que surgiu há várias décadas na América do Norte com o nome de “evangelho da saúde e da riqueza” (health and wealth gospel) e chegou ao Brasil como ‘teologia da prosperidade”. O fundamento dessa ideologia afirma que a obra redentora de Cristo conquistou para os que nEle crêem a vitória sobre todos os tipos de males, resultando em salvação, saúde física e sucesso financeiro. Argumenta-se que os “filhos do Rei, o dono da prata e do ouro (Ag 2.8), devem, por definição, ser prósperos em tudo, citando-se exemplos como Abraão, Daniel e outros personagens bíblicos.Ao mesmo tempo, são convenientemente esquecidos os muitos textos bíblicos que apontam na direção oposta, condenando a preocupação com os bens materiais, alertando para a armadilha espiritual representada pela ganância, bem como destacando o exemplo de Cristo e o discipulado cristão, descrito em termos de

AS FINANÇAS E A IGREJA DE NOSSOS DIAS

Detive-me a pensar hoje sobre os fundadores da Igreja Apostólica Renascer em Cristo. Ao pesquisar na internet encontrei no site do Centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper um artigo do teólogo Alderi Souza de Matos que, em resumo, elucida bem a questão, no que concordo plenamente. Diz o teólogo que: ao final de novembro de 2006, a justiça de São Paulo decretou a prisão do casal Hernandes. Mas o episódio mais constrangedor ocorreu em 9 de janeiro deste ano, quando eles foram presos por autoridades da imigração em Miami, ao tentarem entrar nos Estados Unidos com 56.000 mil dólares não declarados. A mídia nacional explorou bem a “coisa toda”! Na realidade, tais fatos são apenas os capítulos mais recentes de uma longa história. Há muitos anos esses e outros líderes vêm sendo alertados e censurados quanto ao estilo de vida e à maneira como utilizam os recursos da igreja, as contribuições dos fiéis. Infelizmente, não se trata de um caso isolado. Historicamente, muitos grupos e l

A GRAÇA E SEU SIGNIFICADO

Graça é o o favor imerecido. É o olhar, a atenção, o desvelo e o amor de Deus derramado sobre alguém, como eu e você, que mesmo sem ter mérito algum, em nós mesmos para merecer tamanha atenção do Deus Todo-Poderoso, a recebemos, de forma plena e integral. Durante muito tempo, para muitos como eu, mas infelizmente para milhares como tantos, não tivemos a consciência da Graça. E aí tudo de forma equivocada nos foi ensinado: desde as barganhas - do toma lá, dá cá -, das amarras da Lei, das "obrigações", dos sacrifícios, parecia até o retorno das "penitências" e "indulgências" católicas, à compreenão de que preciso "fazer" para "ter". Como se tudo já não estivesse consumado na Cruz...Certamente que todo o conceito teológico é bastante delicado e implica em estudá-lo de forma tal que não haja dúvidas no coração mais reticente.... Portanto, aprendamos que há liberdade na Graça, mas não libertinagem. Há alegria na graça, mas não "gracinh

OS DÍZIMOS E AS OFERTAS SOB A LEI E A GRAÇA

Muito se tem falado sobre dízimos e ofertas no meio evangélico. Os "assassinos da Graça" parecem que não se cansam nunca. Eles - na ânsia de arrecadar mais dízimos - dizimam o pobre, oprimem o oprimido, infelicitam a vida dos felizes, pois destroem neles o amor de Deus. Para eles, os que são "dizimados", Deus existe para exigir dinheiro, através de seus "representantes autorizados-"os pastores". O dicionário Aurélio nos ensina que dízimo é a décima parte dos rendimentos, ou seja, 10% do que recebemos como renda. Mas que dizimar significa matar (um soldado) em cada grupo de dez, destruir ou exterminar em parte, desfalcar e produzir devastações. Daí, entre eles, o dar o dízimo ser chamado propriamente de dizimar, pois, quase sempre, diz-se que quem não entrega o dízimo será destruído pela ação do gafanhoto que vem e dizima tudo. E nisso espalham o terror e o temor da lei, em especial segundo Malaquias 3, que ao lado das bênçãos, também lembra as maldiçõ

OS ASSASSINOS DA GRAÇA (Segunda Parte)

Vimos – na primeira parte - que há assassinos da Graça à solta. O problema é que não os conhecemos só por olhar. Eles não usam crachás ou botões de identificação, nem levam cartazes advertindo que devemos ficar à distância. Pelo contrário, eles geralmente carregam Bíblias e parecem ser cidadãos respeitáveis, simpáticos e obedientes á lei. A maioria passa muito tempo nas igrejas, alguns em posições de liderança religiosa. Muitos são respeitados na sociedade. Seus vizinhos jamais poderiam suspeitar que estão vivendo ao lado de assassinos. Eles matam a liberdade, a espontaneidade e a criatividade; eles matam a alegria, bem como a produtividade. Eles matam com suas palavras e seus olhares. Eles matam com suas atitudes e comportamentos, matam com o que escrevem. Quase não existe uma igreja ou uma organização cristã onde esse perigo não esteja à espreita. O surpreendente é que eles conseguem seus intentos, diariamente, sem serem confrontados ou expostos. De modo estranho, os mesmos ministéri

OS ASSASSINOS DA GRAÇA (Primeira parte)

Dentre os muitos livros de natureza espiritual e teológica que já li, alguns se sobressaíram, mas em especial destaco agora o de Swindoll, já identificado e recomendado neste blog: O despertar da Graça. Todo o conteúdo do livro é excepcional, mas quero enfatizar – neste comentário – apenas a introdução e o primeiro capítulo. Posteriormente, sempre que possível farei comentários sobre os demais capítulos. O autor destaca, inicialmente, o conceito da Graça – como favor imerecido - e declara que ela é surpreendente. E diz mais: que um novo movimento está surgindo no horizonte. E esse movimento é de liberdade, e representa um livramento alegre das coisas que nos prenderam por tanto tempo. E acrescenta Swindoll que muitos cristãos estão compreendendo que as restrições humanas e os regulamentos legalistas sob os quais estiveram vivendo não são oriundos da Graça de Deus, mas foram impostos por pessoas que não querem que os outros sejam livres. E aqui algo se sobressai, pois Jesus afirmou: “S

A PAIXÃO POR CRISTO: A consciência da Graça me faz amar intensamente.

Desde meu encontro definitivo com Jesus -14 anos atrás - sinto-me a cada dia mais próximo d'Ele, e cada vez mais apaixonado por Sua Palavra, pelos Seus feitos, sinais e maravilhas. Mas foi apenas recentemente quando compreendi a extensão de Seu Amor, expressa na dimensão infinita de Sua Graça, que verdadeiramente apaixonei-me por Ele, pelo que Ele é. Geralmente buscamos Deus quando algo nos falta, quando precisamos de alguma coisa, mas a questão é que sempre estamos à procura de algo. Em sua ânsia de conquista e consumismo o homem é um ser insatisfeito e parece estar sempre em atitude de petição. Aprendemos desde criança a pedir e quando rapidamente somos atendidos, ou pelos pais, amigos, ou por Deus, logo queremos mais e o ciclo continua; quanto mais nos concedem, mais desejamos e mais pedimos.Por essa razão muitas são as igrejas que crescem a cada dia exatamente atendendo essa realidade: e aí o que se vê é uma sequência interminável de campanhas, sempre com um único propósito, co

O ENIGMA DA GRAÇA EM MINHA VIDA

No site do Pastor Caio Fábio (www.caiofabio.com) onde diariamente me alimento com seus sábios e graciosos comentários em respostas às incontáveis cartas que recebe, encontrei este entendimento da Graça que - por si só - diz tudo: Na Graça não há sorte e nem azar. Na Graça só há Graça. Na Graça há o que é, pois somente assim nos tornamos o que devemos ser. Na Graça acabam os jogos com “Deus”. Na Graça apenas se anda em fé, assim como uma ave se deixa levar pelo vento. Na Graça todo torto pode se tornar certo, e todo certo, caso não ande sem justiça própria, pode se tornar errado. Na Graça ficam extintas as falsas perspectivas de conquista pessoal para fora. Na Graça o mundo faz sentido, ainda quando isto não é por nós sentido, pois, logo adiante, bem antes do fim, fica-se sabendo que em toda dor há uma bondade, e que em cada perda há grande lucro. Na Graça a existência tem seu enigma desvelado. Sim! Na Graça tudo passa a fazer sentido no ser, não nas perdidas lógicas das filosofias e d