CORRUPÇÃO E DESOBEDIÊNCIA HUMANA x FIDELIDADE E JUSTIÇA DIVINA

Miquéias foi contemporâneo de Isaías. Ambos os profetas estavam convictos de que Judá teria um futuro desastroso por causa do estilo de vida opressor, idólatra e pecaminoso de seus líderes. Mas igualmente estavam convictos de que após o desastre, o Senhor tinha reservado ao Seu povo, um futuro mais brilhante. Mesmo na esperança de dias melhores, mesmo sabendo que “o choro pode durar a noite inteira, mas a alegria vem ao amanhecer”, embora conhecendo o adágio de que “depois da tempestade vem a bonança”, não importa, ação gera reação, ou melhor, “o que se semeia, colhe-se”. O que importa é saber que há conseqüência para as ações que são praticadas.
Desde o início, em 2.1-5, o profeta Miquéias declara a ira de Deus contra uma nova classe de pessoas abastadas que acumulavam terras e os que se proclamam profetas e dão apoio àquelas. Miquéias também denuncia que os direitos humanos estavam sendo suprimidos nas cortes judiciais. Ao empregar imagens vivas de matadouro e canibalismo para denunciar o abuso selvagem contra as pessoas, o profeta prediz que encontrarão pouca misericórdia quando tiverem que responder perante a corte suprema.
Destaco nesta reflexão todo o texto compreendido entre 6.3-7.20:
PRIMEIRA PARTE: O ESTADO DE CORRUPÇÃO E MALDADE SOCIAL (Mq 6.3 -7.7)
Miquéias dá a resposta de Jerusalém às acusações e à sentença apresentadas por Deus no capítulo anterior. Judá reconhece e lamenta o seu estado, encarando o seu castigo (v. 1). O próprio povo admite a justiça de Deus no castigo (v. 2-4):
1. Não há, na terra, homem piedoso ou reto. Todos praticaram a violência. Maltrataram os próprios irmãos (v. 2).
2. Dedicam-se à prática do mal. Os príncipes, juízes e poderosos abusam da justiça para oprimir os outros (v. 3).
3. Todos se mostraram corruptos (v. 4). O povo reconheceu, também, a chegada do castigo previsto (v. 4). Deus tinha avisado por meio de sentinelas (profetas, como em Ez 3.17; 33.2) e agora o castigo vem.
Afinal, Judá não podia confiar em ninguém (v. 5-6):
1. Não no amigo nem no companheiro. Nem nas pessoas mais íntimas (v. 5).
2. Nem na própria família, pois haveria traição entre pais e filhos (v. 6).
A única pessoa digna de confiança é o próprio Senhor (v.7).
Algumas pessoas aprendem cedo a confiar no Senhor, e outras sofrem as conseqüências da própria maldade antes de voltar para Ele. Judá pecou contra Deus durante gerações antes de aprender que Ele é o único Deus verdadeiro.
SEGUNDA PARTE: AS CONSEQUENCIAS IMEDIATAS DA CORRUPÇÃO E A AÇÃO FUTURA DA JUSTIÇA E FIDELIDADE DO SENHOR (Mq 7.8-20)
Após responder às acusações feitas por Deus contra o povo, o profeta reconhece a culpa do povo e a justiça de Deus e no v. 7  expressa que esperaria em Deus a salvação. Na continuação do capítulo ele expõe que o livramento vem do Senhor. O inimigo não teria direito de se alegrar quanto ao sofrimento do povo, porque Deus traria a luz (v. 8). Deus, e não os inimigos, controla o destino do povo (v. 9). O povo sofreria castigo justo nas mãos de Deus, e seria salvo pelo Senhor depois do castigo. É preciso continuar confiando em Deus, mesmo quando Ele disciplina. Para chegar ao ponto de aceitar o que vem da mão do Senhor, tanto castigo como livramento, o povo precisa amadurecer. Na profecia é evidente que o povo ainda sofreria um castigo pesado, mas Deus mostraria a justiça e a misericórdia para como Judá. No fim, Judá seria restituída e os inimigos que duvidaram do poder e da justiça do Senhor seriam humilhados (v. 10-11). O povo de Deus, espalhado pelo cativeiro, voltaria para a sua própria terra (v. 12). A terra seria “posta em desolação” (v. 13). A terra (v. 13), pode bem representar o mundo ímpio que sofreria enquanto o povo de Deus seria abençoado (veja os versículos anteriores e posteriores). Assim, o mundo abandonado no pecado fica em contraste com o povo libertado e preservado por Deus. Deus apascentaria Seu povo na terra fértil (v. 14). Aqui o profeta emprega várias figuras conhecidas, pedindo que Deus cuide do povo arrependido e restaurado:
1. O bordão do pastor. Ele serve para guiar o rebanho e resgatar ovelhas perdidas. O rebanho da herança de Deus. Sugere a intimidade de Deus com o povo. O rebanho mora a sós no meio da terra fértil (v. 14). Protegido de inimigos como povo santificado (veja 2 Co 6.17; Hb 12.14).
2. Apascentam-se em Basã e Gileade (ainda v.14). Essas eram regiões de boa pastagem da Transjordânia e são citadas para mostrar que Deus alimentaria bem o povo restaurado.
3. As maravilhas como na época do êxodo, o Senhor as mostraria (v. 15). Há muitos pontos de paralelo entre a saída do povo físico da escravidão no Egito e a saída do povo espiritual da escravidão no pecado (veja o ensinamento de Paulo em 1 Co 10.1-13). Sabemos, também, que maravilhas/milagres acompanharam a introdução de novas doutrinas (Mc 1.27; Hb 2.1-4).
Em contraste com o tratamento especial que Deus daria ao Seu povo, as nações ímpias seriam desamparadas (v. 16-17). Observe as descrições do estado delas:
1. Envergonhadas por ser tão fracas em comparação com Deus. Não conseguem falar diante de Deus. Nem resistem a poderosa voz dele (v. 16; veja Jó 26.14).
2. Vêm ao Senhor rastejando como serpentes e tremendo como répteis, saindo de seus esconderijos com medo de Deus (v. 17).
Miquéias encerra o seu livro louvando a Deus por Sua misericórdia. Aqui ele destaca os seguintes fatos sobre o Senhor:
1. Ele é único. Ele perdoa pecados. Não retém a Sua ira para sempre. Tem prazer na misericórdia (v. 18).
2. Mostra compaixão ao Seu povo. Manda embora os pecados do povo (v. 19).
3. Cumpre fielmente as promessas feitas a Jacó e Abraão (v. 20).
Deus é misericordioso (v. 18-19). A misericórdia é uma das qualidades essenciais do caráter de Deus, demonstrando Seu amor para com Suas criaturas.
Deus lança os pecados nas profundezas do mar (v. 19). A idéia de perdão é difícil para o homem compreender. Deus afasta totalmente os pecados do pecador e nunca mais se lembra dos pecados perdoados. Ele os esmaga e os lança no mar!
À título de conclusão: Você encontra e identifica paralelos com a nossa realidade atual? Qual o estado de nossa sociedade? Ela continua corrupta, má e desigual? Os líderes, inclusive, eclesiasticamente, estão “acima de qualquer suspeita”? Nossa realidade é diferente, ou igual? Reflita! E o Senhor? Ele mudou? Ou continua fiel, justo, longânimo e compassivo? O que podemos aprender com o exemplo da situação descrita pelo profeta Miquéias? (Reflexão com base em sermão proferido na Comunidade, por este pastor, no culto de domingo 26/06/2011).

Comentários

Anônimo disse…
O melhor inferno para políticos
corruptos é o voto ¨Nulo em Massa¨,
creio que é o único jeito para essa
corja nogenta e usurpadora que mina
a estabilidade social. O presidente
do Centro do Professorado Paulista,
diga se de passagem, alerta os res-
ponsáveis pelo governo que:Ëducação
é Investimento¨e eu por minha vez,*
digo que : ¨Chega de investir no di
nheiro público¨.
Anônimo disse…
O melhor inferno para políticos
corruptos é o voto ¨Nulo em Massa¨,
creio que é o único jeito para essa
corja nogenta e usurpadora que mina
a estabilidade social. O presidente
do Centro do Professorado Paulista,
diga se de passagem, alerta os res-
ponsáveis pelo governo que:Ëducação
é Investimento¨e eu por minha vez,*
digo que : ¨Chega de investir no di
nheiro público¨.

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