QUEM SÃO E ONDE ESTÃO OS SANTOS?

Se perguntarmos a algumas pessoas sobre o nível de santidade em suas vidas, ficaríamos surpresos quanto a muitas respostas dadas. Será por que não não há mais pregação e ensino sobre santidade e salvação?  Deus disse, no Antigo e repete no Novo Testamento: "Santos sereis, porque eu, o Senhor, sou santo" (Lv 19.2; 1 Pe 1.16). Para entender melhor, façamos, então,  duas perguntas: O que é "santo"? Qual é a fonte de "santidade"? O termo hebraico para santo - Kadosh -  provavelmente partiu de um conceito primitivo de separação ou remoção do sagrado do profano. Assim, santo pode ser a coisa, a atividade e a pessoa que são separadas para adoração. Santo é encontrado predominantemente em sentido religioso e usualmente contém um significado fundamental de "separado", ou "fora" do uso comum. O uso do termo santo foi habitualmente restrito pelas regras cerimoniais ou limitado a certo povo (Israel, sacerdotes), lugares (tabernáculo), coisas (altares), ou tempos (sábado). O termo oposto a santo é "impuro" ou "profano" (Lv 10.10). Além de santo, usa-se o verbo  e aí  "santificar" uma coisa é "consagrá-la", ou separá-la do comum. Deus "santificou" o altar (Ex 29.29), o Templo (1 Rs 8.64), pessoas (Ex 19.10, 14) e lugares (Ex 19.23). E qual é a fonte da "santidade"? Deus disse aos israelitas, "Eu sou o Senhor vosso Deus; portanto vós vos consagrareis, e sereis santos, porque eu sou santo" (Lv 11.44). Santidade não é um atributo de Deus, mas sua natureza essencial (Espírito Santo). Santidade se refere a Deus e ou aquilo feito santo por Ele e, portanto nenhuma santidade existe fora dEle. "Santo" indica a própria separação de Deus da impureza ou pecado em Sua perfeição de ser. Somente Deus tem poder e autoridade para tornar santos e purificar coisas contaminadas pela impureza. Portanto, toda santidade vem de Deus. Por santo, então, são descritas aquelas coisas separadas do que é comum ou impuro, e sua fonte é Deus. Pedro citou "Sede santos porque eu sou santo" no Novo Testamento (1 Pe 1.16), mas a idéia não é nada nova. Deus indicou logo no início que esperava que as pessoas de todas as idades fossem santas. Com base no relato da criação em Gn 1.26 pode-se observar que fomos criados à imagem e semelhança de Deus. Ser à imagem de Deus significa, entre outras coisas, que fomos feitos para espelhar e refletir o caráter de Deus. E o caráter de Deus reflete Seus atributos, que são, entre outros,  amor, misericórdia, compaixão, fidelidade e justiça! Fomos criados para levar ao mundo a santidade de Deus, reproduzindo-a. Este é o principal propósito do homem, a verdadeira razão para sua existência. Fomos criados à Sua imagem, para manifestação de Sua glória. Mas o que somos e onde estamos agora? A citação de Pedro ainda permanece verdadeira como afirmação. Somos separados em Cristo. Mas como mandamento, podemos dizer que seguimos a santidade? Quem mais é santo? Será que somente encontramos santos no ambiente da Igreja? Em ambientes seculares não há lugar para os santos? Quando quis enfatizar e separar ações entre os propósitos de Deus e os do mundo, Jesus distinguiu muito bem a Sua casa, o Seu Reino, da casa de Cesar (a questão do pagamento do tributo, mandando entregar a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus, Mt 22. 17-21). O apóstolo Paulo nos alerta em Fp 4.21-23 que na casa de César havia pessoas santas com ministério e compromisso. Ou seja, havia pessoas santas a serviço do império romano com as quais Paulo entrou em contato, em função de sua condição de prisioneiro.
I – A CASA DE CÉSAR REPRESENTAVA INICIALMENTE O AMBIENTE DO IMPÉRIO ROMANO
O império romano unificado, que sucedeu à república romana, teve a duração de 503 anos, tendo início em 27 a. C e término em 476 d.C. Após a queda do império do ocidente, o império do oriente (ou bizantino, com capital em Constantinopla) continua a existir até 1453, quando cessa de vez. Na época da unificação, durante e após a divisão, e mesmo durante apenas a permanência do império do oriente, a casa de César teve seu apogeu e sua queda, marcados por profundas transformações. De uma forma ou de outra, a história de Roma é bem caracterizada por guerras, conquistas e muita ambição, luxúria, orgias, impurezas, complôs e crueldade, onde muito sobressaiam as obras da carne (Gl 5.19-21). Em ambiente assim, há espaço para santos?
II – A CASA DE CÉSAR REPRESENTA O QUÊ NESTE PRESENTE SÉCULO?
A casa de César representa e é o mundo e tudo o que nele há. No mundo há lugar para tudo e para todos. Nele encontramos os bons e os maus. Nele encontramos a luz e a ausência de luz. Nele podemos escolher entre a salvação e a perdição. Nele há vida e há morte. O ambiente mundano, espiritualmente falando, é marcado pelo domínio de Satanás e este é seu reino (Lc 4.5-6). O deus deste século e que governa o mundo é Satanás (II Co 4.4). Vivos, ainda estamos no mundo. A casa definitiva da morada dos santos é na eternidade, ao lado do Pai Celeste. Mas aqui, ainda em vida terrena, estamos no mundo. Tanto isso é verdade que Jesus declarou em oração ao Pai (Jo 17. 15: “Não peço que os tires do mundo, e sim que os guardes do mal”) sobre os discípulos que ali estavam fisicamente com Ele, mas quanto a você e a mim, que viriam a Ele séculos depois (Jo 17.20: “ Não rogo somente por estes, mas também por aqueles que vierem a crer em mim, por intermédio da sua palavra”). Então, quanto a você, qual é a sua "casa" ?
III – ENTÃO, ONDE ESTÃO OS SANTOS?
Os santos estão espalhados pelo mundo (Jo 17.15). Estão em nosso ambiente de trabalho, opressivos ou não, nas escolas, nas faculdades, nas ruas, nas favelas, nas mansões, nos governos, em nossas casas, nos vizinhos ou no meio da multidão. Também estão nas igrejas. Mas podem estar em todos os locais. E não poderia ser diferente. Deus não faz acepção de pessoas. As pessoas fazem. Deus não exclui ninguém. As pessoas a si mesmas se excluem e excluem a outros. Para Deus ninguém é desprezível ou passível de desprezo. Escrevendo à comunidade de Filipos, Paulo conclui sua carta afirmando que os "santos da casa de César" também saúdam os filipenses, tanto quanto "os irmãos  que se acham comigo" (Fp 4.21-22). Não se iluda: tanto é possível encontrar pecadores não arrependidos na casa de Deus, perambulando como meros expectadores, quanto encontrar santos fugindo do pecado em ambientes da casa de César! Oremos ao Senhor para que nos dê força e que nos sujeitemos a Deus, resistindo à ação diabólica (Tg 4.7) e consigamos distinguir o trigo no meio de tanto joio! Finalizando: Reflitamos em Hb 12.14-17: "importa seguir a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor". Para tanto, é preciso que cada um e cada uma:
- Esteja muito atento/a para não ser faltoso/a, separando-se da graça de Deus;
- Que não haja raiz de amargura, que brote e perturbe, e que por meio dela sejamos contaminados;
- Que não haja impuro ou profano, como Esaú que por um prato de comida vendeu seu direito de progenitura. Depois, quando quis herdar a bênção devida ao progenitor, a perdeu e por isso foi rejeitado. Sejamos santos, pois santo é o Senhor!
Em um conceito ampliado e bem apropriado, santo é quem se separa das impurezas e dos vícios do mundo globalizado, mesmo nele estando, e procede eticamente, seguindo padrões de generosidade, benignidade, fidelidade, simplicidade, quem manifesta bom testemunho, independentemente da "casa" onde está, podendo até ser "casa de César"! (Reflexão com base em sermão proferido na Comunidade, por este pastor, no culto de domingo 05/06/2011).

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