PÁSCOA: HUMILHAÇÃO, CRUCIFICAÇÃO E EXALTAÇÃO, ENFIM, CELEBRAÇÃO DA MORTE QUE TRAZ VIDA!

Lemos sobre Páscoa no Antigo Testamento, inicialmente em Ex 12.24-27 quando Deus a instituiu e, no Novo Testamento,  entre outras referências, em Mc 14.12 quando Jesus celebra a última páscoa com os discípulos, ocasião em que institui a Ceia do Senhor. Portanto neste domingo de páscoa, vamos refletir um pouco sobre sua origem e significado, em especial, na atualidade quando muitos contestam sua aplicação na vida do crente:
PARTE I – ORIGEM, ETMOLOGIA, SENTIDO NO JUDAÍSMO E NO CRISTIANISMO
Páscoa (do hebraico Pessach, significando passagem através do grego Πάσχα) é um evento religioso cristão,  considerado como a maior e a mais importante festa da Cristandade.
Origem do nome:Os eventos da Páscoa ocorreram durante o Pesah, data em que os judeus comemoram a libertação e fuga de seu povo escravizado no Egito. A palavra Páscoa advém, exatamente do nome em hebraico da festa judaica à qual a Páscoa cristã está intimamente ligada, não só pelo sentido simbólico de “passagem”, comum às celebrações pagãs (passagem do inverno para a primavera) e judaicas (da escravatura no Egito para a liberdade na Terra prometida), mas também pela posição da Páscoa no calendário, segundo os cálculos.
Páscoa no Judaísmo: Segundo Êxodo, Deus mandou 10 pragas sobre o Egito. Na última delas (Êx 12), disse Moisés que todos os primogênitos egípcios seriam exterminados (com a passagem do anjo da morte por sobre suas casas), mas os de Israel seriam poupados. Para isso, o povo de Israel deveria imolar um cordeiro, passar o sangue do cordeiro imolado sobre as portas de suas casas, e o anjo passaria por elas sem ferir seus primogênitos. Todos os demais primogênitos do Egito foram mortos, do filho do Faraó aos filhos dos prisioneiros. Isso causou intenso clamor dentre o povo egípcio, que culminou com a decisão do Faraó de libertar o povo de Israel, dando início ao Êxodo de Israel para a Terra Prometida. As Sagradas Escrituras institui a celebração do Pessach em Êxodo 12. 14: Conservareis a memória daquele dia, celebrando-o como uma festa em honra de Adonai: Fareis isto de geração em geração, pois é uma instituição perpétua .
Tradições pagãs na Páscoa: Na Páscoa muitos povos tem a prática de pintar ovos cozidos, decorando-os com desenhos e formas abstratas. Em grande parte dos países ainda é um costume comum, embora que em outros, os ovos tenham sido substítuidos por ovos de chocolate. No entanto, o costume não é citado na Bíblia.
Páscoa Cristã: A Páscoa cristã celebra a Ressurreição de Jesus Cristo. Depois de morrer na cruz, Seu corpo foi colocado em um sepulcro, onde ali permaneceu por três dias, até sua ressurreição. Muitos costumes ligados ao período pascal originam-se dos festivais pagãos da primavera. Outros vêm da celebração do Pessach, ou Passover, a Páscoa judaica, que é uma das mais importantes festas do calendário judaico, celebrada por 8 dias e onde é comemorado o êxodo dos israelitas do Egito, da escravidão para a liberdade. Um ritual de passagem, assim como a "passagem" de Cristo, da morte para a vida. A última ceia partilhada por Jesus Cristo e Seus discípulos é narrada nos Evangelhos e é considerada, geralmente, como uma refeição ritual que acompanha a festividade judaica, se nos ativermos à cronologia proposta pelos Evangelhos sinóticos.
Mas para entender em que se transformou a Páscoa cristã atual, é necessário voltar para a Idade Média e lembrar os antigos povos pagãos europeus que, nesta época do ano, homenageavam Ostera (ou Ostara)  a deusa da primavera, que segura um ovo em sua mão e observa um coelho, símbolo da fertilidade, pulando alegremente em redor de seus pés nus. A deusa e o ovo que carrega são símbolos da chegada de uma nova vida. Ostara equivale, na mitologia grega, a Deméter  e Ceres, na mitologia romana. Portanto, este costume é uma alusão a antigos rituais pagãos. Ishtar ou Astarte é a deusa da fertilidade e do renascimento na mitologia anglo-saxã, na mitologia nórdica e na mitologia germânica. A primavera, as lebres e os ovos pintados com runas eram os símbolos da fertilidade e renovação a ela associados. A lebre (e não o coelho) era seu símbolo. Suas sacerdotisas eram ditas capazes de prever o futuro observando as entranhas de uma lebre sacrificada (claro que a versão “coelhinho da páscoa, que trazes pra mim?” é bem mais comercialmente interessante do que “Lebre de Eostre, o que suas entranhas trazem de sorte para mim?”, que é a versão original desta rima. A lebre de Eostre pode ser vista na lua cheia e, portanto, era naturalmente associada à lua e às deusas lunares da fertilidade. De seus cultos pagãos originou-se esta celebração que foi absorvida e misturada pelas comemorações judaico-cristãs. Os antigos povos nórdicos comemoravam o festival de Eostre no dia 30 de março. Eostre ou Ostera (no alemão mais antigo) significa “a Deusa da Aurora” (ou o planeta Vênus). É uma deusa anglo-saxã, teutônica, da primavera, da ressurreição e do renascimento.
PARTE II – REAL SIGNIFICADO PARA NÓS DA COMUNIDADE
Quando muitos pensam em Páscoa, então, logo vêm as  mentes imagens de coelhinhos e o sabor do chocolate parece já adoçar a boca, mas esta data possui outro significado, que é real e muito mais relevante. A Páscoa cristã possui um significado tão mais sublime para nós, pois, Jesus Cristo, ao dar Sua própria vida, mesmo não tendo nenhum pecado sobre Si, tornou-Se nosso libertador e nos devolveu a possibilidade de um novo começo, de uma nova vida. Jesus, que era judeu, também tinha como costume a comemoração desta data e a última vez que a celebrou foi no que conhecemos como Santa Ceia, onde esteve junto dos discípulos, um dia antes (quinta-feira) de ser capturado para Sua morte. No dia seguinte (sexta-feira), Jesus foi levado ao calvário e crucificado e desde então, a Páscoa ganhou um novo significado, pois Cristo ao se entregar em favor de nós na cruz promoveu uma libertação um tanto maior do que a ocorrida com o povo hebreu. Ao terceiro dia após a morte de Cristo (domingo), pela madrugada, Maria Madalena e Maria (mãe de Tiago) foram até o sepulcro onde haviam depositado o corpo de Jesus, a fim de levarem especiarias que haviam preparado para ungir o corpo, porém, ao chegarem próximas ao local do sepultamento, notaram que a pedra que fechava o túmulo estava fora de seu lugar e que o corpo de Jesus já não mais se encontrava no local. Foram prontamente avisar aos apóstolos e os demais discípulos que Cristo havia ressuscitado, porém, a incredulidade e tristeza ainda tomavam conta dos corações dos demais. Após as aparições de Jesus aos discípulos, ficou claro que Cristo havia ressuscitado dos mortos, vencendo a morte e o pecado, dando-nos nosso bem mais precioso, que é a salvação. Portanto, na Páscoa, celebramos não a morte, mas a ressurreição e vida de Jesus Cristo. Não precisamos de coelhos e muito menos de chocolates sob a forma de ovos, mas de reflexão sobre o incomensurável amor de Deus que com o propósito de promover a reconciliação do Homem com Ele,  entregou à morte o Seu único filho, para que todo aquele que nEle creia não pereça, mas tenha a vida eterna (Jo 3.16). A melhor notícia que poderíamos receber é que nosso Redentor não morreu, mas vive, hoje e para todo o sempre, e haveremos de viver com Ele eternamente. Ele venceu a morte por nós. Aleluia! (Reflexão com base em sermão proferido na Comunidade, por este pastor, no culto de domingo de páscoa 08/04/2012). 

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