TORNAR-SE CRISTÃO É FÁCIL.... SER UM DISCÍPULO DE JESUS, NÃO!
Lucas 14.25-35
descreve mais um momento especial com Jesus. Eis que vendo a multidão que O
seguia, para e voltando-se fala sobre o preço do discipulado. Jesus chama aquela multidão a
sair da superficialidade, assumindo responsabilidades e compromissos. Lugar de
discípulo não é na multidão, mas ao lado de Jesus. A porta que abre a salvação - pela fé em Jesus - é ampla, mas a
porta que se abre para O seguirmos, sendo discípulos, glorificados com Ele, é estreita (Jo 6.37b). Porque para seguir o Senhor e ser Seu discípulo há
certas condições. É importante entender como Jesus não aceita o amor à família, ou à própria vida, em nível maior do que o amor à Ele.
Inicialmente, Jesus mencionou pai, mãe, esposa, filhos, irmãos e irmãs. Por fim, Ele
cita a vida do próprio seguidor (v.26). As condições são colocadas de imediato, para ser Seu discípulo, tudo fica para trás e o que se segue é submetido à Sua vontade. Assim, ser discípulo implica em assumir um custo, sabendo que há um preço a pagar. Didaticamente, Jesus explica que há preço no discipulado usando três comparações:
PRIMEIRA
PARÁBOLA: A COMPARAÇÃO COM A EDIFICAÇÃO DE UMA TORRE (v.28-30): Quando Jesus fala
sobre cálculo do preço não está referindo à quantidade necessária para a construção (v.28). Na verdade, o que o Senhor afirma é que, quando alguém deseja construir uma torre, deve se questionar se
está disposto ou não a colocar todo seu dinheiro na construção. O Senhor não
pergunta a você quanto deu a Ele; Ele quer saber se você Lhe deu tudo. O fim daquele que não ama totalmente
ao Senhor (v.29,30) é semelhante ao de quem lançou uma base ou alicerce, mas não construiu a
torre. O alicerce é a salvação, mas a torre
é a obra recompensada no Reino.
SEGUNDA PARÁBOLA:
A COMPARAÇÃO COM A PREPARAÇÃO PARA A GUERRA COM INIMIGO PODEROSO (v.31,
32): Aqui fica evidente que os dez mil soldados não constituíam todo o exército do rei, mas que somente dez mil são mobilizados. Se ele estiver disposto a enviar toda a nação, certamente vencerá (v.31). Isso significa que quando não se está
disposto a mobilizar toda a força, melhor será pedir condições de paz
enquanto, ainda, há tempo, e reconhecer a derrota (v.32). Todo aquele que ama
o mundo não está apto para o Reino. Não se trata
de sermos suficientes ou insuficientes, mas de darmos ou não nosso tudo. Isso é
a cruz; e a cruz deve ser conduzida. O problema é que não nos dispomos a entregar
tudo para a tarefa. Disso resulta que a fundação é feita, mas a torre fica inacabada. Os que são assim não podem ser considerados discípulos
do Senhor. Para ser Seu discípulo, deve-se renunciar a tudo o que tem (v.33).
Não se pode segurar o mundo com uma mão e o Senhor com a outra. Deve-se
abandonar um deles — o mundo ou Cristo.
TERCEIRA
PARÁBOLA: A COMPARAÇÃO COM O SAL QUE TEM UMA FUNÇÃO E PRECISA SER EXERCIDA, SE NÃO SE TORNA INÚTIL
(v. 34,35): De acordo com Mateus 5.13
sal se refere ao cristão e sabor significa separação, porque a única forma do
sal perder o sabor é sendo misturado com outras substâncias. É importante destacar
que o cristão teve ter sabor para cumprir sua função de salgar. Se o sal se torna insípido, nada
restaurará seu sabor (v.34). Se se perde o sabor, a consequência é ser lançado fora (v.35). Tudo que nos separa de
Cristo também faz com que percamos o sabor. Quando se preserva o sabor se tem força;
perdendo o sabor perde-se força. As
três parábolas fazem sentido e retratam a vida de um cristão que não está disposto a perder sua
vida; representa alguém que não aguenta que seu ego sofra; alguém que não está
disposto a abandonar os prazeres do mundo; alguém que se importa somente com a
era presente, porque tem somente uma pequena visão da glória do Reino
vindouro. Onde você está? Na multidão, ou entre os que pararam,
refletiram (viram o preço a pagar) e decidiram serem discípulos de Jesus? Finalmente, reflita! O Rei está vindo a
seu encontro! Você vai se render a Ele, ou vai fugir dEle? Você quer construir algo em sua vida (a
rigor reconstruir sua própria vida), e aí, você calculou os riscos e se
posicionou quanto a não desistir de sua atitude? Você é sal da terra (assim
disse Jesus em Mt 5.13 ),e como tal você
faz a diferença, acrescenta sabor a tudo que faz, ou não? O Evangelho de Jesus
- verdadeiramente dEle - não oferece o céu na terra. O Evangelho de Jesus
oferece o céu no céu, oferece satisfação, paz e alegria no sofrimento, na
renúncia, na perda e na morte. Cristo
nos leva à Igreja e não a Igreja nos leva à Cristo. E a expressão "pega a cruz e siga-me"... o que significa? Carregar uma cruz
é ir à crucificação! É um caminho sem retorno que leva à morte do Eu, à morte
dos desejos carnais e à vida com os desejos espirituais de alegra, paz! Você
irá sofrer! Mas através do sofrimento irá se fortalecer, cada vez mais. É
através da perda que mais valorizamos o que temos. O ideal seria que a
maturidade nos levasse a valorizar o que somos, mas para os que não conseguem, o
sofrimento e a perda fazem acontecer a purificação, assim como o fogo faz
purificar o ouro impuro. Jesus não nos
dá a liberdade de servir a dois senhores! É Ele, exclusivamente, ou não há
outra condição. Chega de superficialidades em sua vida! Chega de palavras,
que apenas, são palavras...! É preciso atitude! Muitos são
os chamados (os cristãos), mas poucos são os escolhidos (os discípulos) (Mt 22.14). Jesus dificulta a
entrada no Caminho. Mas hoje nos parece que a igreja tenta facilitar tal
entrada. Em Mt 7.21-23 Jesus nos diz que não basta dizer Seu nome para entrar
no Reino dos Céus, é preciso fazer a vontade
de Deus. Não basta fazer algo em Seu nome, profetizar, expulsar demônios e
realizar proezas e maravilhas... a estes o Senhor dirá: v. 23 “Nunca os conheci. Afastem-se de mim vocês
que praticam o mal”. Quem é
discípulo assume a condição de ovelha, e as ovelhas seguem incondicionalmente o pastor. E Jesus é o Bom Pastor. Jo 10.26-18 nos relata um encontro de
Jesus com alguns judeus que ainda não haviam crido nEle: “ Mas vocês não creem, porque não são minhas ovelhas. As minhas ovelhas
ouvem minha voz; eu as conheço, e elas me seguem. Eu lhes dou a vida eterna, e
elas jamais perecerão; ninguém as poderá arrancar da minha mão”. (Reflexão com base
em sermão proferido na Comunidade, por este pastor, no culto de domingo 17/06/2012).
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