JESUS É A VIDEIRA, MAS A PRODUÇÃO DE UVAS DEPENDE DE NÓS (João 15)!
No domingo de páscoa resolvi trazer uma mensagem à Comunidade, não sobre o seu sentido e o significado, à exemplo do ano passado, mas sobre discipulado e a necessidade de assumirmos o sacrifício vicário, a morte do Cordeiro Pascal, não apenas em uma celebração da páscoa, mas durante todo o ano. Assim veio-me à mente o capítulo 15 do Evangelho de João, quando Jesus se intitula a videira verdadeira e que Deus é o lavrador (agricultor) e nós, os ramos. A produção de uvas na Palestina era considerada cultura de subsistência,
assim como é o arroz no Brasil, então, não constitui surpresa que o Senhor tenha
usado a videira como símbolo de Israel (Salmo 80.8-16; Jeremias 5.10). Mas a
videira, como símbolo de Israel, fracassara em atender às expectativas de Deus
(Oséias 10.1,2); além disso, suas uvas eram selvagens e sem valor, e mesmo com os
cuidados do Senhor com Sua vinha (Isaías 5.1-7; Jeremias 2.21), Israel
fracassara. Mas eis que Jesus se apresenta como a verdadeira
videira (João 15.1), tendo sido chamado para cumprir uma Missão, resgatar
Israel e toda a humanidade, que se afastara, para os braços do Pai. Jesus afirma que é a verdadeira videira, o Pai, o
lavrador e que nós somos ramos da videira, se permanecermos nEle. Sendo ramos da videira
assumirmos diversas responsabilidades muito importantes, pois somos discípulos (15.1-17).
I – É NECESSÁRIO QUE O RAMO PRODUZA FRUTOS:
A produção de uvas, como fruto, é a principal responsabilidade
da videira. Jesus exortou os ramos a produzirem muito fruto (15.8) e a deixar
esse fruto permanecer (15.16), advertindo que os ramos infrutíferos seriam
arrancados (15.2).Que fruto se espera que o ramo cristão produza? O
fruto do Espírito de Deus (Gálatas 5.22), as boas obras (Colossenses 1.10),
partilhar as posses com os irmãos necessitados (Romanos 15.28), louvar a Deus
(Hebreus 13.15) e ganhar almas (Provérbios 11.30; João 4.36; Romanos 1.13).
Qualquer que seja o fruto, o cristão deve produzir (15.2) em grande
quantidade (15.8), e continuamente (15.16).O discipulado não é uma condição estática,
imutável, mas um crescente modo de vida. Tornamo-nos discípulos de Jesus se mais e mais reproduzimos Seu caráter justo em
nossa vida. Vejamos as condições para a máxima produção de
fruto: "Todo ramo que, estando em mim, não der fruto, ele o corta; e
todo o que dá fruto limpa, para que produza mais fruto ainda" (15.2).
Para que mais uvas cresçam, o Senhor poda os ramos, removendo o que for inútil e tudo o que poderia desviar a força
vital da produção. A poda é dolorosa, mas necessária porque muitas coisas sugam
nossa força e nos impedem de sermos mais produtivos. Todos nós necessitamos de alguma poda. Além da poda, para que a produção seja contínua, precisamos permanecer
na videira (15.4). Sem a ligação vital com a videira, o próprio ramo murcha e
morre.
II – É NECESSÁRIO QUE O RAMO QUE PRODUZ FRUTOS
PERMANEÇA EM CRISTO:
Permanecer em Jesus é essencial para viver e
frutificar. "Permanecei em mim, e eu permanecerei em vós. Como não
pode o ramo produzir fruto de si mesmo, se não permanecer na videira, assim,
nem vós o podeis dar, se não permanecerdes em mim. Eu sou a videira, vós, os
ramos. Quem permanece em mim, e eu, nele, esse dá muito fruto; porque sem mim
nada podeis fazer" (15.4-5). Para produzir fruto precisamos manter
uma ligação ininterrupta, uma relação ativa e constante com Jesus. Os ramos
que permanecem em Cristo produzem muito fruto (15.5), mas aqueles que não
permanecem são colhidos e lançados no fogo (15.6). A ausência de Jesus da vida
de alguém marca sua profunda limitação, pois Ele afirma a todos nós: "sem
mim nada podeis fazer" (15.5). Separado de Jesus, não posso fazer
nada para melhorar minha relação com Deus. Muitos tentam andar
sozinhos, acreditando em sua própria bondade e em seu discernimento e que estes
irão produzir fruto, sem se apoiar no Senhor. Mas somente através de Jesus
somos capazes de cumprir a justiça e a verdade que o Senhor espera que
produzamos. Jesus permanece em nós através de suas palavras: "Se
permanecerdes em mim e as minhas palavras permanecerem em vós..." (15.7). Precisamos
recordar sempre do que Jesus disse e meditar de modo que Ele possa viver permanentemente
em nós. O outro modo pelo qual Jesus permanece em nós é ao guardarmos os Seus
mandamentos: "Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no
meu amor; assim como também eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai e no
seu amor permaneço" (15.10).
III – QUEM PERMANECE EM CRISTO GUARDA OS SEUS
MANDAMENTOS:
Se guardarmos os mandamentos de Jesus, então
permaneceremos em Seu amor: "Como o Pai me amou, também eu vos amei;
permanecei no meu amor. Se guardardes os meus mandamentos, permanecereis no meu
amor; assim como também eu tenho guardado os mandamentos de meu Pai e no seu
amor permaneço" (15.9-10). É importante destacar o
discípulo de Cristo pode gozar da mesma intimidade que o Filho goza com o
Pai. Outra benção ligada
com a guarda dos mandamentos do Senhor é a plena alegria: "Tenho-vos
dito estas coisas para que o meu gozo esteja em vós, e o vosso gozo seja
completo" (15.11). Jesus conhecia a alegria de agradar a
Deus e sabia que nossa alegria depende de nossa obediência ao Pai. Muitos
pensam que os mandamentos de Deus são indevidamente restritivos e que o Senhor
estava buscando nos privar de todos os prazeres. A verdade é que o Senhor que
nos criou sabe como viveremos melhor e sabe que nossas maiores alegrias virão
quando obedecermos a Cristo de todo o coração. Uma bênção final é que Jesus nos
trata como amigos e não como meros escravos. "Vós sois meus amigos,
se fazeis o que eu vos mando. Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe
o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi
de meu Pai vos tenho dado a conhecer" (15.14-15). Um senhor daria
somente ordens a um escravo, mas Jesus, como o Senhor amoroso, realmente
partilhava Seu coração com Seus amigos explicando Seus planos e propósitos e
dando aos discípulos discernimento de Seu pensamento. Jesus identificou um mandamento chave que
precisamos guardar: "O meu mandamento é este: que vos ameis uns aos
outros, assim como eu vos amei" (15.12,17).
IV – QUEM GUARDA SEUS MANDAMENTOS PRATICA O AMOR AO
PRÓXIMO:
O mandamento para amar os outros é muito antigo
como mostra Levítico 19.18. Mas em João 13.34 o mandamento de Jesus soa como algo novo: "Novo mandamento vos dou:
que vos ameis uns aos outros; assim como eu vos amei, que também vos ameis uns
aos outros" (13.34). A novidade do mandamento de amor é o novo
padrão de amor: o amor que Jesus tinha pelo povo. Este é um amor que é
maior do que qualquer outro que jamais existiu sobre a terra. Precisamos imitar
Jesus no modo como amamos os outros.O amor de Deus abrange todos; não há exceções. E se
quisermos imitá-Lo precisamos amar a todos. Ele
sacrificava o que era mais importante. Precisamos deixar prontamente o conforto, as
conveniências, os direitos, as posses e nossa própria vontade para servir a outros. Deus
nos amou e deu Seu Filho para que pudéssemos ter vida eterna (João 3.16). O
verdadeiro amor não se manifesta como fraca indulgência, mas na vontade de tomar decisões
duras, quando necessárias, para o bem-estar espiritual de outros. Jesus amou seus
discípulos consistentemente, até o fim (13.1). Amar ao outro seria tarefa fácil se fosse algo ocasional e espasmódico. Mas, de fato, devemos nunca parar de amar, na compreensão da Graça. Em Cristo, que é a videira verdadeira, precisamos cumprir
Seu propósito frutificando e permanecendo nEle, guardando Seus mandamentos e
amando ao outro. Pense e pratique isso! (Reflexão com base em mensagem anunciada
na Comunidade, por este pastor, no culto de domingo 31/03/2013).
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