UNIDADE DA FÉ E A SANTIDADE CRISTÃ EM TUDO OPOSTA AOS COSTUMES DOS HOMENS NATURAIS!
Segundo nos relata o livro de Atos quando Paulo
chegou a Éfeso, ele encontrou um grupo de discípulos que nada sabia da vinda do
Espírito Santo (Atos 19.1-2). Pelo contexto, deduzimos que estes discípulos
ouviram e aceitaram a mensagem pregada por Apolo antes de aprender melhor de
Áqüila e Priscila, que haviam recebido instruções do apóstolo. Paulo esclareceu
o assunto, explicando que Jesus já havia morrido, ressuscitado, voltara aos céus e
enviou o Espírito Santo. Entendendo melhor, as pessoas ali "foram
batizados em o nome do Senhor Jesus" (Atos 19.3-5). Mas depois do batismo,
Paulo impôs as mãos e eles receberam dons de línguas e profecia do Espírito
Santo (Atos 19.6-7).
Tudo isso nos é lembrado, pelo apóstolo, em sua carta aos Efésios 4.1-32. Vejamos por partes:
PRIMEIRA PARTE: v.1-6. Aqui Paulo chega a um dos temas principais do livro: A igreja é o corpo de Cristo; Jesus é a paz que venceu a inimizade e a
separação; A sabedoria de Deus é manifesta na igreja; Participamos do amor de
Deus.
Considerando todos
esses fatos, devemos estar unidos.
Devemos
andar de modo digno da nossa vocação. Fomos chamados para ser santos. Portanto,
devemos nos manter santificados, separados das sujeiras do mundo.
(OBS.: Unidos e separados. É
importantíssimo observar o equilíbrio no Novo Testamento entre a santidade e a
unidade. Grandes textos que falam sobre a unidade dos servos de Deus também
destacam a separação do pecado. Um dos exemplos mais nítidos é o de João 17.14-23.
Os discípulos não são do mundo e precisam manter a sua santificação. Mas, por
outro lado, Jesus ora ao Pai pela união dos discípulos com Deus e uns com os
outros. Qualquer ensinamento sobre a unidade cristã precisa começar com a
santificação. Sem a santificação, não podemos ter união com Deus (Hebreus 12.14;
2 Coríntios 6.14 – 7.1), e qualquer comunhão com outros homens se torna vã).
Atitudes essenciais para a unidade
entre cristãos:
Considere
bem as atitudes e os comportamentos que Paulo pede para ter a unidade: (1) Toda a humildade: modéstia em
pensamento e comportamento. "Toda" nos lembra que esta característica
deve governar tudo que fazemos e pensamos. (2)
Mansidão: Bondade e submissão. Esta atitude não disputa com Deus, porque
aceita a autoridade dele. Em relação ao homem, é tolerante e pronto para
perdoar. (3) Longanimidade:
Paciência, tolerância, perseverança, não facilmente provocado. (4) Suportando uns aos outros em amor:
Amor constante, apesar das falhas dos outros. Procura ajudar ao invés de
destruir. Quem ama dá suporte ao outro. (5)
Esforço diligente: Trabalho árduo; dedicação. A unidade não vem por acaso,
e não é mantida sem esforço.
A natureza
espiritual da unidade (3-6). Jesus é a paz (2.4), e a paz entre seus discípulos
é claramente espiritual. Elementos que nos unem:
(1) Unidade do Espírito: O Espírito Santo revelou a mensagem
para Paulo e outros, a mesma palavra que eles repassaram para nós (3.2-9). A
unidade que Deus quer não é carnal, mas espiritual. (2) Vínculo da paz: É a paz que liga os seguidores de Jesus. (3) Um corpo: Jesus é o cabeça da
igreja dele (veja Mateus 16.18). Ele não governa as igrejas humanas que
desrespeitam a palavra dEle. (4) Um
Espírito: O mesmo Espírito é a fonte de tudo que nos une (veja 1 Coríntios
12.13-20). (5) Uma esperança: A
convicção do galardão que vem por meio do evangelho de Cristo (veja Colossenses
1.23,27; 1 Tessalonicenses 1.3). (6) Um
Senhor: Servimos exclusivamente aquele que tem toda autoridade (Mateus 28.18;
Atos 2.36). Não podemos servir dois (Mateus 6.24). (7) Uma fé: Não é minha fé ou sua fé (subjetiva), mas "a
fé" (objetiva). A fé não vem de mim; ela foi entregue aos santos (Judas
3). O evangelho é a fé que nos une. Doutrinas, tradições e opiniões de homens
são as coisas que nos dividem. (8) Um
batismo: o batismo nas águas para remissão dos pecados nos dá entrada em
Cristo (veja 5.26; Gálatas 3.26-27; Atos 2.38; 22.16). (9) Um Deus e Pai de todos: O monoteísmo é a posição apresentada e
defendida nas Escrituras desde a criação. A Bíblia fala sobre Deus usando
pronomes plurais (Gênesis 1.26) porque há três pessoas distintas mas
perfeitamente unidas (veja Marcos 1.9-11; João 17.21; 2 Coríntios 13.13).
SEGUNDA PARTE: v.7-16: Deus não pede a unidade sem nos oferecer os recursos necessários para
tê-la. Este parágrafo mostra como Deus nos equipou para construir e manter uma
igreja unida.
Jesus subiu aos céus e concedeu a graça. (1) Antes de subir para assumir a sua
posição à destra do Pai, Jesus desceu à terra, até as regiões inferiores da
terra (veja João 3.13; Filipenses 2.5-8). (2) Depois de mostrar a sua submissão,
cumprindo a missão que o Pai lhe deu, Jesus foi exaltado.
Ele concedeu
servos para edificar o corpo de Cristo (11-12):
(1) Apóstolos: enviados ao mundo com o evangelho. (2) Profetas: pessoas que recebiam e
comunicavam a palavra de Deus. (3)
Evangelistas: homens que divulgam as boas novas. (4) Pastores e mestres: também conhecidos como presbíteros
(anciãos) e bispos (veja Atos 20.17,28). Estes dons concedidos por Jesus têm o
propósito de: (1) Aperfeiçoar os santos
para o serviço deles; (2) Edificar o corpo de Cristo; (3) Contribuir à unidade
de todos (13). (4) Conduzir outros ao conhecimento de Jesus (13). (5) Ajudar a
igreja a amadurecer-se (13-16).
TERCEIRA PARTE: v.17-24: A edificação do corpo de Cristo envolve todos os membros (4.16). Para
ter o crescimento desejado, cada pessoa que faz parte do corpo precisa se
preocupar com seu próprio progresso espiritual. Neste parágrafo, Paulo fala sobre este
crescimento pessoal. O cristão não deve andar mais na vaidade que domina os
pensamentos das pessoas do mundo (17).
(OBS.: Vaidade é algo que não tem valor, que é
vazio. Os pensamentos que ocupam a mente carnal não têm valor e não levam para
nada).
As pessoas
sem Deus vivem na ignorância, fechando os corações às coisas espirituais que
vêm do Senhor (18). Com corações endurecidos, elas se tornam insensíveis e se
entregam ao pecado (19). Paulo deixa bem claro que a vida cristã é outra:
"Mas não foi assim que aprendestes
a Cristo" (20).
O
conhecimento da verdade em Jesus exige uma transformação, deixando o velho
homem e se revestindo do novo homem segundo a verdade (21-24).
QUARTA PARTE: v. 25-32: Baseando-se nos princípios já
apresentados, Paulo sugere aqui diversas aplicações na prática. O cristão deve:
(1) Deixar a mentira e falar a verdade
(25). Não há nada aqui de mentirinha.
O servo de Deus segue a verdade e fala a verdade. (2) Evitar pecados de ira
(26-27). A ira descontrolada leva ao pecado. Devemos procurar soluções aos
problemas e arrancar a ira pelas raízes no mesmo dia, não deixando brecha para
o Diabo. (3) Ganhar a vida por meios
honestos (28). A pessoa que se converte a Cristo tem de abandonar qualquer
prática desonesta e trabalhar honestamente. O trabalho não é somente para o
sustento próprio, mas também para poder ajudar outras pessoas. Preguiça não faz
parte do caráter cristão. (4) Controlar
a língua, falando palavras boas que edificam (29-30). Uma palavra torpe é
comunicação corrupta, não aquela que vem de Deus para nossa
edificação. Não devemos usar a língua para entristecer o Espírito Santo. (5)
Tirar da vida as obras da carne (31-32). Paulo encerra este trecho com um
resumo negativo e um positivo. No sentido negativo, devemos tirar as obras da
carne (veja Gálatas 5.19-21). Positivamente, precisamos desenvolver as
características boas que aprendemos de Deus (veja Gálatas 5.22-23). Glória a
Deus por isso! (Reflexão com base em mensagem anunciada no culto de domingo
15/02/2015).
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