JESUS É QUEM REALMENTE LIBERTA!
Em João 8.31-59 vemos
um quadro com um grupo de judeus que se considerava livre, mas que logo a
seguir se revela escravo do pecado.
A conversa que Jesus
teve com esses judeus revela as diferenças essenciais entre os que queriam se
apegar à Antiga Aliança, e Cristo que veio cumpri-la.
Enquanto aqueles homens enfatizavam o lado histórico da religião, Jesus exalta o lado
espiritual.
Os homens apelavam aos
privilégios externos da religião, enquanto Jesus ressalta as qualificações
morais.
Os homens valorizam
muito a liberdade política; Cristo oferece a liberdade espiritual.
Quando aqueles homens
religiosos descobrem que Jesus exige uma completa transformação do coração, o
rompimento com o judaísmo ortodoxo e a fé pessoal nEle como Filho de Deus, o
sentimento deles para com Jesus se transforma em ódio violento.
Jesus, então, se dispõe
a ensinar-lhes sobre o verdadeiro discipulado, a verdadeira liberdade e o
verdadeiro caráter.
1. EM QUE CONSISTE O VERDADEIRO
DISCIPULADO (v. 31,32):
Somente
a verdade pode libertar a mente e a alma da ignorância, do preconceito e dos
maus hábitos.
Quando
a Luz do mundo brilha nos lugares escuros e frios do coração, não apenas são
reveladas as correntes que amarram a alma, mas essas correntes são rompidas
pela mesma intensa Luz.
A
Luz faz revelar o pecado e aí quando se distingue toda a sujeira e escuridão –
ou seja, quando se vê a podridão do pecado como realmente é – o pecador fica
com nojo do pecado.
Aquelas
palavras de Jesus não agradaram aos seus ouvintes porque Ele lhes disse que:
-
teriam que consertar suas vidas se quisessem permanecer na doutrina dEle (mas
aqueles homens se julgavam impecáveis em suas condutas e santidade);
-
eram ignorantes quanto às verdades da salvação (mas aqueles homens se consideravam
conhecedores de todas as verdades).
-
não tinham liberdade religiosa, uma vez que estavam supersticiosamente presos à
letra da Lei mosaica.
2. EM QUE CONSISTE A VERDADEIRA
LIBERDADE (v. 33-36):
Os orgulhosos judeus
não concordaram, pois declaram que eram da descendência de Abrão e se orgulhavam
dessa origem, como se certidão de nascimento fosse passaporte para o Céu (veja
Mt 3.9).
Então, eles protestaram
que nunca estiveram escravizados a ninguém. Mas se esqueciam que já haviam sido
subjugados pelos egípcios, babilônios, sírios, e naquele momento estavam sob o
domínio de Roma.
O que eles queriam
dizer é que mesmo com seu país subjugado, nunca aceitaram tal situação,
recusando-se a curvar-se diante das nações opressoras. Os judeus mostravam,
assim, que se sentiam superiores aos seus opressores.
Mas aí Jesus responde a
esse orgulho nacionalista e afirma o verdadeiro significado da liberdade: “Todo
aquele que comete pecado é servo -escravo- do pecado”. Portanto, livre é o que não peca. Livre é o que agrada a Deus.
Atos pecaminosos
revelam uma coisa: quem os comete está sob o domínio, o jugo, do pecado, logo,
é escravo do pecado.
O pecado –e não Roma –
era o verdadeiro inimigo de Israel.
Nos v. 35 e 36 Jesus
explica aos judeus que um escravo, diferentemente de um filho, não faz parte da
família, podendo ser vendido à vontade.
Portanto, aqueles
homens como eram escravos do pecado e da letra morta da Lei, não eram
verdadeiros membros do Reino do Messias, e dele seriam expulsos.
Somente o Filho de Deus poderia lhes dar a liberdade, transformando-os em membros da família de Deus. Aí,
sim, eles passariam a ser verdadeiramente livres.
3. EM QUE CONSISTE O VERDADEIRO
CARÁTER (v. 37-44,56-59):
Neste
trecho Jesus está afirmando algo assim:" por que vocês se orgulham de ser da
descendência de Abraão, esquecendo-se se que a descendência física não traz
consigo a semelhança espiritual. Somente os que agem como Abraão são a sua
descendência espiritual, mas a atitude de vocês para comigo e meus ensinos
demonstra que vocês não têm o mesmo espírito que tinha o seu ancestral.
Ao
contrário, vocês expressam aquele espírito de ódio à verdade e de violência que
é próprio do diabo".
Assim,
de todo este trecho bíblico, sobressaem quatro ensinamentos práticos para nós,
se quisermos o reconhecimento que somos discípulos de Cristo:
i. A perseverança é um teste do
discipulado.
A perseverança é o segredo para vencer
as dificuldades que enfrentamos. E o segredo da perseverança é permanecer
naquilo que se faz e se crê: “Se permanecerdes na minha palavra,
verdadeiramente sereis meus discípulos”. A constância é um profundo teste de
caráter. Muitos deslizes na caminhada cristã ocorrem porque os convertidos não
conseguem prosseguir em uma vida consagrada, e em vez de afastaram-se, aproximam-se mais e mais da
beirada do profundo abismo de onde foram retirados. Avançar é preciso e é a
melhor garantia contra as recaídas.
ii. A liberdade se concentra em encarar com coragem os fatos.
ii. A liberdade se concentra em encarar com coragem os fatos.
Geralmente os caídos e renitentes
pecadores não têm a mínima consciência de sua escravidão ao pecado. A escravidão lhes parece algo natural. Na parábola do Filho Pródigo, durante
muito tempo depois que saiu de casa, certamente que ele teria repudiado
rispidamente a mínima sugestão de que era um escravo; afinal, ele tinha saído
de casa para ganhar e usufruir da liberdade. Mas eis que certo dia caiu em si e
percebeu sua verdadeira situação. Foi este o começo de sua libertação. Quando alguém se dispõe a enfrentar a
verdade acerca de si mesmo, a verdade o libertará.
iii. A necessidade de assumir a condição e
declarar a independência de ser cristão.
Em Gl 5.1 o apóstolo
Paulo deixou registrada uma declaração de independência que precisamos
compreender e assumir como nossa regra de vida diária: “Estai pois firmes na liberdade com que
Cristo nos libertou, e não torneis a meter-vos debaixo do jugo da servidão”.
Uma vez liberto, não há sentido em tornar-se novamente escravo.
Por isso é sempre válida a
pergunta: Estamos desfrutando desta
liberdade concedida por nosso Salvador e Senhor, ou continuamos a carregar
fardos, quando temos direito a viver uma vida plena no amor de Deus?
iv. A graça de Deus não é hereditária.
Os judeus, mencionados
no texto bíblico, queriam aquecer-se no calor irradiado pelo seu pai Abraão,
sem levar em conta que ser um filho de Abraão incluía a responsabilidade de
viver como ele. Você não é discípulo de Cristo por ser filho de um discípulo de Cristo. Os discípulos de Cristo, se parecem com Ele, têm o seu jeito de ser, apresentam-se com Seus valores, têm o Seu caráter; é o caráter dEle impresso em nós que revela
que somos filhos de Deus, irmãos e co-herdeiros com Cristo (Reflexão com base em mensagem anunciada na Comunidade por este pastor, no culto dominical de 29/03/2015).
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